NORBERTO BOBBIO
Norberto Bobbio nasceu em
18 de outubro de 1909, em Turim, Itália, de uma família abonada,
filho de famoso cirurgião da cidade, Luigi Bobbio. Filósofo,
ensaísta, professor, jornalista e teórico político. Teve infância
e adolescência felizes, e teve como amigo de sala o escritor Cesare
Pavase, com quem compartilhou o entusiasmo pelo idioma inglês e
pelos clássicos da literatura, mas em meio a família estava sem
preocupações políticas na sua formação cultural. Estudou no
Liceu Massimo d'Azeglio e seus professores eram abertamente
antimussolini. Sua família era progressista e um tanto alinhados com
Mussolini, mas ele depois de entrar na Faculdade de Direito, se torna
um militante antifascista. Então, Bobbio em 1927 ingressa em curso
de Direito da Faculdade de Turim, e de início até pertenceu a
Grupos Universitários Fascistas (GUP), mas depois de afasta desse
caminho. Contudo, após seus amigos formam a associação esquerdista
“Justiça e Liberdade”, o que acaba em arresto domiciliar para
ele. Em 1933 fez estágio em Marburg, na Alemanha, onde se
especializa em Filosofia com tese sobre a fenomenologia de Husserl, e
em 1934 obtém a livre docência em Filosofia do Direito. Já em 1935
seria preso por sua oposição ao regime fascista, mas consegue um
lugar como docente de Filosofia do Direito na Universidade de
Camerino. Sua militância fascista era então apenas de fachada, uma
vez que seus amigos eram de círculos antifascistas, e de linha mais
social-democrada, ou liberalssocialista. Em 1938 tem cátedra de
Filosofia do Direito na Universidade de Siena, e em 1939 tem um
primeiro contato com o pensamento de Thomas Hobbes. Esse pensador o
inspirou sobremaneira, além de outros, como Hegel, Kant, Marx,
Locke e Rousseau. Professor emérito nas Universidades de Turim,
Paris, Madri, Bolonha e Buenos Aires. Já em 1940 tem a cátedra de
Filosofia do Direito em faculdade de Jurisprudência da Universidade
de Pádua, e em 1941 se filia em partido opositor a Mussolini. Já em
1943 é novamente preso, pela polícia de Mussolini, e escreveu carta
defendendo o regime, pedindo a remoção de sua pena, e no mesmo ano
se casa com antiga amiga do Liceu e companheira de militância,
Valéria Cova, com a qual teve três filhos meninos e viveria junto
por quase 60 anos. Considerava os tribunais para julgar crimes de
guerra a maior conquista de nosso tempo, e combatia ditaduras.
Escreveu diversas obras, seja sobre normas, política e sobre as
vantagens e desvantagens de linhas de esquerda e direita, bem como de
literatura. Em 1984 é nomeado senador vitalício italiano pelo
presidente Sandro Pertini. O jornal Le Monde o intitulou de “o
mestre do pensamento do século XX”. Apesar de tido por ateu, disse
que se afastou da Igreja, e não da religião. Uma obra sindular sua,
sempre requerida nos cursos de Direito, é a “Era dos Direitos”.
Um dos grandes intelectuais presentes ainda em nosso tempo. Falou
sobremaneira em democracia. Escreveu em “La Stampa”, de Turim,
sendo articulista. Mas era antissocialista em economia, e antiliberal
em política. Escreveu inclusive obra “Qual Socialismo?”. De
certo modo ele vai além da superficial classificação
esquerda-direita. Em 1972 se transfere para a Faculdade de Ciências
de Turim e se aposenta em 1984, publicando obras em 1976, 81, 79 e
91, bem como autobiografia em 1996. Em 2003 faleceu sua esposa
Valéria Cova. Teve sua influência na América Latina, ademais, e
proferiu conferências no Brasil, entre 1982 e 1986. Identificava-se
com os estoicos. Bobbio até hoje é lembrado e usado em
universidades, e não em vão, sendo um grande pensador essencial.
Nós mesmos o utilizemos por vezes, e atualmente na obra no prelo de
política, com Thiago Morais, ainda o utilizamos. Bobbio faleceu em 9
de janeiro de 2004, com 94 anos, no Hospital Molinette de Turim, onde
estava em coma irreversível, instruindo aos médicos a não intervir
a tentar prolongar sua sobrevivência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário