FRANCESCO CARNELUTTI
Francesco
Carnelutti nasceu em Udine,
em 15 de maio de 1879, de Giusseppe e Luisa Missiaglia, sendo um
jurista italiano, bem como jornalista fundador de revista de direito
processual civil, inspirador do Código de Processo Civil Italiano de
1940, e advogado famoso. Fez seus estudos clássicos em Treviso,
e logo começou o estudo de jurisprudência, matriculando-se na
Universidade de Pádua. Após se formar, começou a lecionar em
Universidade Comercial de Bocconi, em Milão e posteriormente obteve
a cátedra na Faculdade de Jurisprudência de Catânia, e desta
mudou-se para a de Pádua, onde foi professor de processo civil. Em
1936 foi transferido para o Tribunal de direito civil de Milão, e em
1943 foi convocado para a Faculdade de Jurisprudência da
Universidade de Roma. Mas
ele em seus estudos abrangeu diversas áreas do saber jurídico.
Geralmente é citado por penalistas, com sua obra “Misérias do
processo penal”. Em 1975 foi criada uma fundação forense com seu
nome, com conselhos para auxílio de advogados. Porém, a área mais
importante para ele parecia ser mesmo o direito civil, de influência
na lei industrial, de falências, e mesmo disciplinas como lei
trabalhista e comercial. Foi
fortemente influenciado por outro grande jurista, Giuseppe
Chiovenda, mas mesmo assim
não foi atraído pelo entendimento desse último no que se refere a
preferência pela prova oral e princípio da oralidade, e testemunho
coletado em audiência, e elabora um princípio de elasticidade que
deve inspirar o processual, e diferente de Chiovenda que pensava mais
na realização da lei, Carnelutti pensava mais na eliminação do
conflito e solução da lide. Foi
assim criador da teoria da lide como centro processual, onde se deixa
em estado secundário as condições da ação, e chega a renunciar o
concento de interesse de agir como condição da ação. Umas de suas
frases célebres são: “O advogado é o primeiro juiz da causa” e
“Quanto mais notário, menos juiz”. Também em veia
jornalística, fundou em 1924 a Revista de Processo Civil. Também
foi praticamente fundador do direito trabalhista e industrial. Chega
um momento porém que Carnelutti une o jurídico a espiritualidade e
mística, e discute inclusive um sentido de morte com juristas, e
disse que o direito morrerá, porque é mortal. Todas as atividades
jornalísticas e de rádio são inspiradas por místicos e funerais e
e se apegam a valores legais da mensagem cristã. A
espiritualidade e a lei se reúnem, e mostram o fim da lei.
Interessante também que em uma lição em 1947 na escola Enrico
Fermi, ele usou de argumento lógico e metafísico e disse "de
fato dois caminhos diferentes são o mesmo caminho, a lógica entra
na metafísica, ou quero dizer, ou entendo, em outras palavras, é
uma questão para não parar de pensar " (em Foro ital . , LXXX
[1955], p. 73, pp.). Entendia
que os fenômenos
do direito não devem apenas obedecer leis lógicas, psicológicas,
biológicas, físicas e econômicas, mas também éticas. Caminha
para uma espécie de agnosticismo ético. De interesse que criticava
a condenação quase que de pena de morte para os condenados
criminalmente, que mesmo após terem cumprido suas penas, não
encontravam trabalho e eram condenados ainda pela sociedade. Falou
em Misérias do Processo Penal1:
"Logo que surge o suspeito, o acusado, a sua família, a sua
casa, o seu trabalho são inquiridos, investigados, despidos na
presença de todos. O individuo, assim, é feito em pedaços. E o
individuo, assim, relembremo-nos, é o único valor da civilização
que deveria ser protegido". E "Certamente, admitir ao
serviço um ex-ladrão, na pró pia casa, é um risco: poderia estar
mas também poderia não estar curado. O risco da caridade! E as
pessoas racionais procuram evitar os riscos “in dubiis abstine”.
Assim o ex-ladrão fica sem trabalho"2.
Isso mostra uma contradição a ressocialização, que seria o foco
de nosso sistema penal. No mais, ele falava que Cristo perdoa, mas os
homens não, que estes últimos procuravam a pena de morte. Também
de interesse que escreveu uma obra sobre a interpretação do Pai
Nosso. Carnelutti faleceu em 8 de março de 1965, em Milão.
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FOTO DE http://www.juristasunam.com/events/fallecimiento-francesco-carnelutti-1965/
Amo ler seu documentários. Estava com saudade de ler você.
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