RAYMUNDO
DE FARIAS BRITO
Raimundo de Farias Brito nasceu no dia 24 de Julho de
1862 em São Benedito, na serra da Ibiapaba,
Ceará, Brasil, sendo filho de Marcolino José Brito e de Eugênia Alves de
Farias, agricultores. Seus pais levaram a sério a educação do filho e fizeram
grande sacrifício, apesar de seu filho já estudar latim e alemão sozinho. Fez
Farias Brito seus primeiros estudos na cidade de Sobral, mas devido a seca teve
de se mudar para Fortaleza, onde completou o ensino secundário em Ceará. No
segundo grau ele complementava a renda dando aulas particulares. O pai dele
achou emprego de porteiro no Ginásio Pernambucano e a mãe trabalhava em pensão
e engomava roupas de estudantes, enquanto irmão dele trabalhava em charutaria.
Estudou então Direito na Faculdade de Recife, e sua família havia mudado para
lá por ele. Foi aluno de Tobias Barreto e na época havia efervescência
cultural, com Clóvis Bevilácqua. Depois foi professor de Direito na Faculdade
de Belém do Pará, e se muda para o Rio de Janeiro, onde tem amizade com Jackson
de Figueiredo, e onde por concurso ganhou a cátedra do Colégio Pedro II. Também
foi politico e atuou como promotor de justiça, quando a profissão era
desprestigiada, e por duas vezes como secretário do estado do Ceará. Trabalhou
também como advogado. Já era um autor de prestígio. Patrono da cadeira 31 da
Academia Cearense de Letras. Foi um filósofo naturalista influenciado por
Spinoza, e combateu algo do evolucionismo de Darvin, por não buscar um elemento
teleológico. Trata também do tema moral e espiritual, mesmo de religião. Foi o
precursor do existencialismo no Brasil. Ademais, criticou algo do positivismo,
que na época tirou a disciplina de Filosofia do segundo grau, o que nos lembra
o momento atual. Uma obra sua então se chama “A finalidade do mundo”, mostrando
que a evolução tem uma finalidade. Foi também influenciado por Schopenhauer,
Bergson e outros pensadores. Ele não apenas comentava a filosofia de
contemporânea do mundo, mas pensava de igual para igual, criando um sistema.
Outrossim, negou o mecanicismo materialista e o positivismo ciencificista em
voga. Caminha em um espiritualismo. Não existe matéria. Escrevia artigos filosóficos em jornal O
Libertador de Fortaleza. Sua vida pessoal foi um tanto difícil, e seu primeiro
casamento durou quarto anos quando faleceu sua esposa, deixando uma filha, em
1897 e em 1901 casa-se pela segunda vez.
Seu ponto de vista religioso era espécie de mescla entre cristianismo e
budismo, em naturalismo relacionado a Deus.
A natureza é Deus representado. Também foi classificado de neotomista.
Após uma tuberculose que o afetou com 55 anos de idade, faleceu em 16 de
janeiro de 1917, no Rio de Janeiro.